A mãe e o padrasto de uma menor de 15 anos detidos por sequestrá-la durante mês e meio, foram libertados pelo Tribunal do Porto, mas com proibição de frequentar a Póvoa de Varzim, onde a adolescente está institucionalizada.
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O juiz de instrução criminal também decretou que mãe e padrasto, que está a ser investigado por alegados abusos sexuais sobre a enteada, não podiam contactar a menor por qualquer meio e manter uma distância mínima de 500 metros. Também não podem aproximar-se do Instituto Madre Matilde, onde vive a menor.
Recorde-se que os arguidos, detidos "em flagrante delito", induziram a jovem a fugir do Instituto Madre Matilde, na Póvoa de Varzim, onde se encontrava por decisão judicial, desde setembro de 2021.
De acordo com a PJ, a menina foi "privada [pelo casal] da sua liberdade de locomoção, sem poder sair, ir à escola ou conviver com outras pessoas".
Desde o desaparecimento da menina, o padrasto, de 43 anos e a mãe, de 31, "desdobraram-se no envio de e-mails para as mais diversas entidades e entrevistas à comunicação social, alegando sempre desconhecer o seu paradeiro." Esta manhã, a jovem foi encontrada na companhia do casal e foi já devolvida à instituição de acolhimento.
A menor tinha denunciado, em novembro de 2021, os abusos sexuais de que era vítima por parte do padrasto. A investigação estava em curso, e, por decisão judicial, mãe e padrasto estavam proibidos de visitar a menina ou de estabelecer qualquer contacto com a menor. Certo é que o homem recusava acatar a ordem judicial e há inclusive uma queixa de perseguição por parte de uma funcionária do Instituto Madre Matilde.
No dia 26 de setembro, como era habitual, a jovem foi para a escola, mas no fim das aulas não regressou à casa de acolhimento. Desde então, ninguém sabia do seu paradeiro.