Ex-emigrante conhecido por "Mata Galinhas" vivia com os pais há dois anos. Na vizinhança ninguém ouviu discussão nenhuma.
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Um homem, de 49 anos, matou a mãe, de 82, com um tiro na cabeça. O crime aconteceu no domingo à noite, numa casa da Rua do Aido, em Oliveira de Frades, onde o homicida morava com a vítima, Laura Jesus, e o pai, um idoso cego e surdo. Na vizinhança, ninguém deu uma explicação para o crime, que não terá sido antecedido de qualquer discussão. Quando detido pela GNR, o homicida terá dito aos militares que sofria de esquizofrenia.
Amélia Ferreira estava com o marido, a ver as notícias, quando lhe baterem-lhe à porta com força. Veio à janela, viu a filha dos vizinhos da casa contígua, que lhe gritou: "Chame a GNR, porque o meu irmão matou a minha mãe". Amélia ficou imóvel, antes de conseguir ligar para o posto local. A filha da idosa, funcionária da Câmara de Oliveira de Frades, contou depois que o irmão, José Pedro Ferreira, desempregado, com a alcunha de "Mata Galinhas", encostou a arma à cabeça da mãe, que viu cair. "A seguir contou-me que o irmão puxou-a pelo braço e lhe disse: "Agora, vais tu", recorda Amélia. Mas a filha da vítima conseguiu fugir.
"Disparou do nada"
Quando os bombeiros chegaram ao local, não puderam prestar socorro, porque o suspeito barricou-se em casa. "Como estava armado, a GNR não nos deixou entrar. Só o fizemos mais de duas horas depois", contou o comandante dos Voluntários locais, Fernando Farreca. Os militares acabariam por entrar na casa e deter o homem que, há cerca de dois anos, regressou de França, onde estava emigrado e chegou a ser internado, após um ataque de epilepsia.
"O corpo da idosa estava no chão da cozinha, já cadáver, atingida com um tiro na cabeça", confirmou Adriano Resende, da GNR de Viseu. A mulher foi morta com uma pistola de calibre 6.35 mm, apreendida em casa, assim como algumas munições. A investigação está por conta da Polícia Judiciária de Aveiro.
A irmã do suspeito, que vive noutra casa, ia diariamente dar apoio ao pai, de 86 anos, acamado, surdo e cego. O idoso só se terá apercebido de que algo acontecera quando foi levado para o lar da Santa Casa da Misericórdia de Oliveira de Frades.
"A irmã do suspeito, que pernoitou no quartel dos bombeiros, onde recebeu apoio psicológico, contou que, antes do disparo, não houve discussão. O irmão disparou do nada", relatou Fernando Farreca, o comandante dos bombeiros. Quando José Pedro foi levado de casa, algemado, saiu com os olhos pregados ao chão.