Jovem de 17 anos degolou familiares que o ajudavam, em Santiago do Cacém. Recusa em dar-lhe dinheiro para droga e álcool terá motivado crime.
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Um jovem de 17 anos assassinou os tios-avós em casa destes por causa de uma recusa de cedência de dinheiro para a droga e por querer um carro. As vítimas, de 80 anos, foram encontradas pela neta, degoladas na sala de estar da casa onde viviam, em Vila Nova de Santo André, Santiago do Cacém. O autor do crime foi detido na companhia de dois amigos, depois de se despistar no carro que furtou. Os três jovens, dois rapazes e uma rapariga entre os 16 e 17 anos, foram inicialmente tidos como autores do crime, mas foram libertados.
O crime ocorreu no Bairro das Flores, na pequena localidade de Santiago do Cacém, entre a tarde e noite de sexta-feira, sem que ninguém na vizinhança desse por isso. Guilherme e Eduarda, ambos com 80 anos, receberam a visita de Lourenço Fernandes, a quem davam comida e dinheiro. O jovem de 17 anos era indigente e socorria-se dos idosos para sobreviver e alimentar os seus vícios (droga e álcool).
Desta vez, queria dinheiro, mas os familiares não queriam dar. Por esse motivo, o jovem acabou por assassiná-los, degolando-os. Após o crime, fugiu no Renault Clio das vítimas que já tinha furtado anteriormente e com dinheiro, em montante não apurado.
Corpos na sala de estar
Durante a noite, a neta das vítimas tentou ligar aos avós. Sem resposta, dirigiu-se a casa e deparou-se com os dois corpos na sala de estar, pelas 23 horas. Depressa se descobriu que a viatura dos falecidos tinha sido furtada e que o suspeito seria Lourenço Fernandes.
A GNR localizou o suspeito pelas três horas da madrugada na companhia de dois amigos (um rapaz e uma rapariga), numa casa em Vila Nova de Santo André. Lourenço tinha vestígios de sangue na roupa. Indicaram então que tinham sofrido um despiste. A PJ inspecionou a viatura, bem como a casa onde o suspeito foi localizado.
Prisão preventiva
Os três foram inicialmente tidos como coautores do duplo homicídio, mas apenas Lourenço foi apresentado a tribunal para aplicação de medidas de coação. Ficou em prisão preventiva. O casal não saberia que Lourenço tinha assassinado os avós.
Na vizinhança, o JN apurou que a idosa sentia pena de Lourenço, que não tinha apoio familiar e possuía longo cadastro. A uma vizinha, Eduarda tinha confessado há algumas semanas que dava comida ao sobrinho-neto e até tinha dinheiro de parte para lhe entregar. Nos últimos tempos, deixou de dar dinheiro ao jovem - apenas comida. Porém, sem trabalho conhecido, o jovem insistia: queria que lhe desse dinheiro.