Matou dois polícias e passou quase 11 anos isolado na cela. Tribunal diz que é desumano
Em marçode 2005, o luso-brasileiro Marcus José Fernandes pressionou 36 vezes o gatilho da sua pistola Glock para matar dois polícias que o abordaram, num bairro da Amadora. Condenado à pena máxima, passou os 11 anos seguintes confinado a uma cela da cadeia de alta segurança.
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Em Monsanto, só teve direito a duas horas diárias de pátio e sempre que entrava e saía da cela, nem que fosse para ir à máquina de venda automática, era revistado. Revista que, se feita após visitas do advogado ou da família, obrigavam o que se despedisse e agachasse. Estas medidas foram, nesta terça-feira, consideradas injustificadas, desumanas e degradantes pelo Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH).
Em plena sala do tribunal, o procurador descreveu Marcus José Fernandes, então com 31 anos, como um "um assassino de sangue frio, implacável e sempre pronto a disparar". E garantiu que, na noite de 20 de março de 2005, o luso-brasileiro “agiu com toda a frieza e quis matar os três agentes da PSP”. Dois destes polícias eram António Abrantes, 30 anos, e Paulo Alves, 23, que morreram ao terem sido atingidos por muitos dos 36 disparos feitos por Marcus José Fernandes.