O homem acusado de ter matado a ex-mulher em outubro do ano passado, no concelho de Machico, na Madeira, remeteu-se hoje ao silêncio, na primeira sessão do julgamento.
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O caso começou esta terça-feira a ser julgado no Juízo Central Criminal do Funchal do Tribunal da Comarca da Madeira.
De acordo com a acusação do Ministério Público (MP), lida pela presidente do coletivo de juízes, Teresa de Sousa, o homicídio ocorreu na manhã de 30 de outubro de 2024, enquanto a vítima estava a dormir.
O arguido, munido de um tubo de ferro, desferiu "pelo menos" três golpes na zona lateral da cabeça, abandonou o local e a vítima permaneceu na cama "como se continuasse a dormir".
O suspeito escondeu a carteira da vítima e o tubo de ferro numa zona de mato, tendo a mulher sido encontrada morta no quarto por um dos filhos.
O MP diz ainda que o homem "agiu com total insensibilidade e indiferença pela vida da vítima", numa ocasião em que a mulher "não podia oferecer qualquer resistência".
O arguido, em prisão preventiva, está acusado de um crime de homicídio qualificado.
O homem tem 53 anos e é natural da Argentina, mas com nacionalidade venezuelana, e tem dois filhos com a vítima.
Na sessão de hoje, o tribunal começou a ouvir as primeiras testemunhas, entre as quais a filha da vítima e do arguido, a namorada do filho, entre outros familiares.
Foram relatadas situações de ciúmes e discussões entre o casal, mas as testemunhas disseram que nada faria prever o crime e rejeitaram situações de violência física antes do crime.
Segundo as testemunhas, o homem não era violento, nem consumia bebidas alcoólicas em excesso.
A filha da vítima, que disse que foi visitar uma vez o pai à prisão, indicou em tribunal que lhe perguntou o porquê de ter matado a mãe, tendo o homem respondido por várias vezes que "não sabia" porquê que tinha cometido o crime.