Daniel Prieto Ferre, o cidadão espanhol que, em fevereiro, matou a mulher e abandonou o corpo do meio do mato em Rio de Moinhos, Penafiel, começa a ser julgado no início do próximo mês. É acusado de violentar, drogar e sequestrar a Sandra Rocha durante mais de um ano. No dia do homicídio, aproveitou o estado de embriaguez da vítima para manter relações sexuais e matá-la a seguir por asfixia.
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De acordo com a acusação, Daniel Prieto Serre, 40 anos, e Sandra Rocha, 30, viviam juntos desde o ano 2020. Primeiro estabeleceram residência em Espanha e, a partir de fevereiro do ano seguinte, em Penafiel. A relação sempre foi marcada por episódios de violência doméstica. Uma das agressões, obrigou a vítima que estava grávida a abortar. Também havia violência verbal e ameaças de morte proferidas pelo arguido à vítima, "com frequentes ruturas e reconciliações do casal", explica o Ministério Público.
O arguido seria um marido muito ciumento e "por diversas vezes, antes de se ausentar para o trabalho, e fazendo uso da força física obrigava a vítima a tomar cerca de 10/12 comprimidos, por forma a que esta ficasse a dormir, sem reação e sem possibilidade de sair de casa", garante o MP que garante ainda que quando o arguido "saía de manhã trancava a porta de acesso ao exterior, levando com ele a chave".
Na noite de 16 para 17 de fevereiro de 2022, na habitação que partilhavam na freguesia de Croca, o casal manteve relações sexuais, "e encontrando-se a vítima alcoolizada, gerou-se uma discussão entre esta e arguido, tendo este decidido tirar-lhe a vida". Agarrou-lhe o pescoço e asfixiou-a.
Despiu a vítima e, três ou quatro dias depois, transportou o cadáver para uma zona de mato, em Rio de Moinhos, aldeia de Penafiel de onde Sandra era natural. O corpo desnudado só foi encontrado onze dias depois.
O indivíduo acabou por ser detido pela Polícia Judiciária do Porto.