Menina de 15 anos violada em São Tomé morreu no Hospital de Coimbra

Há cerca de duas semanas que a menor estava internada em pediatria, depois de ter estado em coma numa unidade de saúde de São Tomé e Príncipe. 
Há dois meses, a jovem encontrava-se sozinha em casa, na vila de Pantufo, perto da cidade de São Tomé, quando vários homens a surpreenderam. Assaltaram a habitação e também violaram a menor, que foi manietada com fita-cola, nas mãos e nos pés. Também lhe taparam a boca e o nariz.

De acordo com jornais são-tomenses, a adolescente ficou sem respirar durante demasiado tempo. E esta falta de oxigenação acabou por provocar uma paralisia cerebral à vítima.

Junta médica

A menor esteve internada num hospital local durante mês e meio, até que os médicos concluíram que o seu estado de saúde era irreversível. Mandaram-na então para casa, sem poder tentar, pelas vias legais, um tratamento em Portugal, uma vez que uma junta médica rejeitara tal hipótese.

O caso gerou uma onda de solidariedade, que permitiu angariar cerca de dez mil euros, utilizados para transportar a menor e a mãe a Portugal.

Chegou de avião a Lisboa e foi levada de ambulância para o Hospital Pediátrico de Coimbra, onde se apresentou com o falso médico, Wilson Pereira, que garantiu ser da especialidade de cirurgia cardiotorácica. Afinal, o homem não possuía licenciatura em Medicina e foi identificado pela PSP, que abriu uma investigação. Não teria sido a primeira vez que aquele participava em transportes internacionais de doentes. A unidade de saúde contactou as autoridades, “considerando os indícios de reincidência na sua apresentação como médico na ULS de Coimbra e de envolvimento num eventual esquema de mobilidade internacional irregular”, disse o hospital.

Mas o estado de saúde da menor, muito grave, levou o hospital a admiti-la. Foi internada e a mãe ficou com ela, até falecer, esta quinta-feira.