Um homem, de 22 anos, foi detido pela PSP por ter alegadamente agredido na cabeça um menino de dois anos, filho da ex-namorada, na freguesia de Moscavide, concelho de Loures.
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A mulher, de 25 anos e grávida do suspeito, terá sido também agredida quando quis transportar a criança ao hospital. As autoridades foram alertadas por populares, depois de a vítima ter fugido com o filho para a rua, adianta esta terça-feira, em comunicado, o Comando Metropolitano de Lisboa da PSP (Cometlis).
O caso aconteceu em meados de março de 2023, dias em que, por razões ainda por esclarecer, o ex-casal decidiu pernoitar num alojamento local, na freguesia de Moscavide. No dia 16, "perto da hora do jantar", a mãe encontrar-se-ia no quarto quando, "estando o menor aos cuidados do suspeito na cozinha", ouviu "um som estridente". A criança terá então caminhado "na sua direção" com "hematomas na cabeça e marcas coincidentes com dedadas".
Ao JN, fonte do Cometlis precisou que, logo nessa noite, a mãe quis ir com a criança às urgências. Contudo, terá sido convencida pelo ex-namorado a não o fazer, com o argumento de que bastaria "pôr gelo" para o hematoma passar.
No dia seguinte, a mãe foi trabalhar e o menino ficou aos cuidados do suspeito. Quando regressou ao alojamento local, já ao final da tarde, a mulher apercebeu-se de que o ferimento alastrara, eventualmente devido a uma nova agressão. Decidiu, por isso, deslocar-se mesmo ao hospital com o filho, tendo sido igualmente agredida.
Detido 12 dias depois
"Perante a intenção da progenitora, o suspeito exaltou-se, vindo a agredi-la na face, motivo que a levou a gritar por socorro e sair da habitação a correr, transportando consigo o seu filho menor", refere, na nota, o Cometlis. Algumas pessoas que ali se encontravam chamaram então a PSP. O presumível agressor fugiu.
Na passada quarta-feira, 29 de março de 2023, acabou por ser detido, na sequência da investigação, por suspeitas de violência doméstica. Apresentado a tribunal, saiu em liberdade, sujeito a apresentações semanais na esquadra e proibido de se aproximar e de contactar com a ex-namorada e com o filho desta.
Segundo a mesma fonte do Cometlis, durante os cinco meses que durou o namoro, não tinha sido apresentada qualquer queixa por violência doméstica. Apesar de o arguido negar o crime, o menino tinha "efetivamente" marcas de agressões. A investigação prossegue.
INFORMAÇÃO ÚTIL
Linhas de apoio para vítimas
As vítimas de violência doméstica dispõem de várias linhas de apoio, incluindo o 800 202 148, gerido pela Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. A linha funciona em permanência e, quem não conseguir telefonar, pode, em alternativa, enviar uma SMS para o 3060 ou um e-mail para violencia@cig.gov.pt. Já a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) tem em funcionamento, entre as 8 e as 22 horas dos dias úteis, a linha telefónica 116 006. Os contactos são confidenciais e gratuitos.
Denúncia às autoridades
A violência doméstica é um crime público e, por isso, pode ser denunciado por qualquer pessoa às autoridades, nomeadamente à PSP e à GNR. Em casos urgentes, a melhor solução é ligar para o 112.