Militares da GNR avisam que não aceitarão subsídio de risco que seja só "migalhas"
O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, avisou esta quinta-feira, à chegada ao Ministério da Administração Interna, que as negociações com o Governo sobre a atribuição de um suplemento de missão similar ao da PJ só chegarão a "bom porto" se a tutela não propuser "migalhas".
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A ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, marcou uma nova reunião, esta quinta-feira à tarde, com as estruturas sindicais representativas dos profissionais da GNR e da PSP, tendo-lhes prometido apresentar uma primeira proposta. À entrada, César Nogueira reiterou, aos jornalistas, que os militares exigem que o suplemento de missão a conceder às duas forças de segurança seja de 1026 euros mensais brutos, o mesmo valor do atribuído no final de 2023 à Polícia Judiciária (PJ) e que representou então um aumento para os inspetores desta instituição de 548,85 euros face ao anterior subsídio.
O suplemento inclui, entre outras, a componente de risco, que, na GNR e na PSP corresponde, atualmente, a um valor fixo de 100 euros, mais 20% da remuneração base. O último aumento, de 68 euros, ocorreu há cerca de três anos. Os elementos destas forças de segurança têm ainda, tal como os inspetores da PJ, outros subsídios, associados ao cumprimento de certas tarefas ou desempenho de cargos.
"Não sei aquilo que vai ser proposto. Se for no sentido daquilo que são as aspirações dos profissionais [da GNR], logicamente que vamos chegar a bom porto. Agora se formos mais uma vez [confrontados] com um valor diminuto, como quando foi a discussão do subsídio de risco [anterior], de 68 euros... Não estamos aqui a pedir migalhas, que já estamos fartos de migalhas", afirmou, à entrada do Ministério da Administração Interna, César Nogueira, acrescentando que só um valor "equiparado" ao da PJ "vai acalmar" a "desconsideração" e a desmotivação sentida pelos militares.
O Rally de Portugal, a decorrer de 9 a 12 deste mês, tem sido apontado como um dos eventos a ser boicotado pelos profissionais da Guarda no âmbito de protestos de movimentos alheios às estruturas sindicais da GNR.
A reunião entre estas últimas e o Governo começou pelas 15.45 horas desta quinta-feira, com cerca de 45 minutos de atraso face ao agendado. O encontro com as estruturas representativas dos profissionais da PSP terá início depois daquela terminar. O Ministério da Administração Interna já fez saber que Margarida Blasco não está disponível para, no final, prestar declarações aos jornalistas, estando prevista a emissão de um comunicado com a posição da tutela.