O Ministério Público abriu um inquérito ao caso do bebé que nasceu em Setúbal com malformações graves que não terão sido detetadas durante a gravidez.
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"Confirma-se a receção, muito recentemente, de uma queixa apresentada pela mãe. A mesma deu origem a um inquérito que corre os seus termos no Ministério Público do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Setúbal", referiu fonte oficial da Procuradoria-geral da República à Lusa.
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Um bebé nasceu no dia 7 de outubro no Hospital de São Bernardo, em Setúbal, sem olhos, nariz e parte do crânio, depois de a mãe ter realizado três ecografias numa clínica privada da cidade, sem que lhe tivesse sido reportada qualquer malformação do feto.
"O acompanhamento da gravidez desta utente não foi efetuado no Centro Hospitalar de Setúbal (CHS). Os meios complementares de diagnóstico e terapêutica também não foram realizados no CHS", informou o centro, que integra o Hospital São Bernardo, numa nota divulgada esta quinta-feira.
"Apenas o parto da utente decorreu no CHS, tendo sido no momento detetada a situação", acrescentou o CHS, salientando que, desde o nascimento, "a criança e a família têm sido acompanhadas no Serviço de Pediatria com o apoio da Equipa Intra-Hospitalar de Suporte em Cuidados Paliativos Pediátricos do Centro Hospitalar de Setúbal".
Segundo outras fontes hospitalares, o obstetra Artur Carvalho, que alegadamente não detetou malformações graves no bebé, trabalha no Centro Hospitalar de Setúbal, mas também exerce numa clínica privada muito próxima do hospital e fez o acompanhamento da gravidez a título particular.
Fonte oficial da Ordem dos Médicos disse à agência Lusa que o médico Artur Carvalho tem quatro processos em curso no conselho disciplinar da Ordem dos Médicos.