O Ministério Público reclama mais de nove milhões de euros aos arguidos da Operação Espelho, acusados de terem montado uma organização de tráfico de pessoas, auxílio à emigração ilegal, branqueamento de capitais e falsificação de documento, destinada a colocar a trabalhar em explorações agrícolas, imigrantes em situação irregular. Os 13 arguidos e as sete empresas acusadas começam a ser julgados no próximo dia 20 de outubro, no Tribunal de Beja.
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Entre os acusados estão oito cidadãos romenos, sete homens e uma mulher, sendo que seis estão em prisão preventiva. O alegado cabecilha da rede, Elvis Stinga, a mulher, assim como uma contabilista com escritório em Cuba que, segundo a acusação, facilitava a entrada ilegal de vítimas imigrantes, estão entre os presos.
O "modus operandi" do grupo liderado por Stinga passaria pelo aliciamento e exploração de trabalhadores na Moldávia, Roménia, Colômbia, Peru, Venezuela, Espanha e Marrocos que, dependendo das culturas sazonais, eram colocadas a trabalhar em várias zonas do Alentejo, Lisboa e Espanha. Viviam em condições desumanas e degradantes e recebiam entre 50 euros por semana por casal ou 50 euros quinzenalmente por pessoa, quando por uma jornada diária de dez horas de trabalho lhes eram prometidos 1200 euros mensais.