Jovem arguida vai ser julgada por crime de homicídio qualificado mas deverá ser declarada inimputável.
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Luana Silva, 24 anos, matou o filho Isaac, de um ano e oito meses, durante um episódio maníaco de Perturbação Afetiva Bipolar. A acusação do Ministério Público (MP) de Setúbal concluiu que a doença configura uma anomalia psíquica grave pelo que, apesar de a ter acusado do crime de homicídio qualificado, considera que ela deve ser declarada inimputável, tendo requerido que o tribunal lhe aplique uma medida de internamento.
O crime aconteceu na madrugada de 14 de novembro do ano passado, na casa da Rua dos Plátanos, em Vila Nova de Santo André, onde viviam mãe e filho. De madrugada, cerca das cinco horas, esquartejou o filho com duas facas de cozinha, um xilofone e uma tesoura.
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Após cometer o crime, Luana, saiu para a rua gritando: "Está ali o diabo, já o matei". Depois, telefonou ao ex-companheiro, que vivia em França, a contar o que fizera. Foi este quem alertou as autoridades.
A jovem foi detida em flagrante pela GNR de Santiago do Cacém. Tinha ferimentos nos pulsos, autoinfligidos, e foi transportada para o Hospital de São Bernardo. Um juiz mandou interná-la preventivamente num hospital psiquiátrico, onde vai permanecer até à realização do julgamento.
Esta quarta-feira, em comunicado, o MP de Setúbal resumiu a acusação e deu conta de que "face ao resultado da perícia psiquiátrica efetuada, o Ministério Público requer que a arguida seja declarada penalmente inimputável e, consequentemente, que lhe seja aplicada uma medida de segurança de internamento em estabelecimento psiquiátrico".
Luana sofria de doença bipolar pelo menos desde 2019, o que, segundo o MP, deixava-a sem capacidade avaliar a ilicitude dos seus atos e sequer reconhecer que estava doente e a necessitar de tratamento.