Ministério Público insiste em constituir arguidos os dois filhos do embaixador do Iraque.
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O Ministério Público, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, enviou para o Iraque o processo sobre a agressão a Rúben Cavaco, em Ponte de Sor, Portalegre, depois de o Iraque ter considerado ser "prematuro tomar uma decisão" sobre o pedido de levantamento de imunidade diplomática dos filhos do embaixador.
"Em outubro, o Estado Iraquiano reiterou, em resposta enviada através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a vontade de cooperar para o cabal esclarecimento dos factos e considerou, dada a fase do processo e a consequente impossibilidade de acesso ao mesmo, prematuro tomar uma decisão a respeito do pedido de levantamento de imunidade. Por esse motivo, o Ministério Público decidiu, apesar do inquérito se encontrar em segredo de justiça, informar o Estado Iraquiano sobre o conteúdo dos autos", lê-se numa nota da Procuradoria-Geral da República enviada esta quarta-feira.
Diz ainda o Ministério Público que "considera essencial para o esclarecimento dos factos, ouvir, em interrogatório e enquanto arguidos, os dois filhos embaixador do Iraque em Lisboa, sendo, assim, imprescindível para os autos o levantamento da imunidade diplomática".
No dia 17 de agosto, Rúben Cavaco foi agredido em Ponte de Sor, no distrito de Portalegre, alegadamente pelos filhos do embaixador do Iraque em Portugal, gémeos de 17 anos.
O jovem sofreu múltiplas fraturas, tendo sido transferido no mesmo dia do centro de saúde local para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa, tendo chegado a estar em coma induzido. O jovem acabou por ter alta hospitalar no início de setembro.
Os dois rapazes suspeitos da agressão são filhos do embaixador iraquiano em Portugal, Saad Mohammed Ali, e têm imunidade diplomática, ao abrigo da Convenção de Viena