A ministra da Administração Interna admitiu que existem "constrangimentos" no alojamento do grande número de militares envolvidos na operação de segurança em Fátima, mas considerou tratar-se de "um período excecional".
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"Isto é um período excecional, em que as pessoas dão o melhor de si. Existem constrangimentos que podem existir nestas alturas, mas isto é algo que é secundário, tendo em consideração esta enorme missão", disse aos jornalistas a ministra, no final de uma visita ao posto territorial da GNR de Fátima.
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Constança Urbano de Sousa reagia ao comunicado da Associação dos Profissionais da Guarda (APG), que critica as "condições desumanas" de alojamento dos militares da GNR de serviço em Fátima.
"Alguns profissionais irão pernoitar num pavilhão da Escola Prática de Polícia, em Torres Novas, sem acesso a instalações sanitárias que lhes permitam realizar a sua higiene pessoal diária e, ainda, sem alimentação garantida, na medida em que ficam sujeitos à existência de 'sobras' das refeições dos instruendos", refere o comunicado da associação.
A APG lamenta que "colchões no chão, sem lençóis ou cobertores", sejam "a dignidade que a instituição confere àqueles que a servem".
Constança Urbano de Sousa considerou que esta situação "não prejudica em nada o grande empenho e profissionalismo de todos os militares da GNR" que participam na operação.
Estão numa situação meramente provisória, extraordinária para uma missão única
"Isto é uma circunstância excecional, não há capacidade hoteleira, nem em Fátima, nem nos arredores. Existe a necessidade de alojar um grupo muito elevado de militares que estão aqui em operações. Naturalmente, o ideal seria alojá-los em hotéis de cinco estrelas, não existem na região, não é possível. Portanto, estão numa situação meramente provisória, extraordinária para uma missão única", adiantou a ministra.
Segundo a GNR, estão envolvidos na operação de segurança em Fátima cerca de três mil militares diariamente.
O Papa vai estar esta sexta-feira e sábado em Fátima para celebrar o centenário das "aparições" de 13 de maio de 1917 e para canonizar os beatos Francisco e Jacinta Marto.