Perita do Laboratório de Polícia Científica diz que testes usados pela GNR são "indicativos".
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O Ministério Público pediu, esta segunda-feira, que sejam pronunciados para julgamento os oitos arguidos acusados de um crime de tráfico de droga, durante o debate instrutório que teve lugar no Tribunal de Moncorvo. O caso ficou conhecido porque quando um dos arguidos foi detido tinha um pó branco que a GNR disse ser cocaína, mas afinal era açúcar.
O homem, de 46 anos, esteve preso preventivamente entre o maio do ano passado e 27 de janeiro deste ano, após ter sido detido com cerca de 40 gramas de um produto que a GNR disse tratar-se de cocaína após a realização de testes rápidos comprados numa farmácia, mas que as análises do Laboratório de Polícia Científica (LPC) revelaram em novembro ser açúcar.
A defesa quer provar que os testes rápidos que a GNR usou não são fiáveis. Durante o debate instrutório foi ouvida uma perita do LPC que explicou que recebeu o teste a 8 de julho, mais de um mês depois da detenção de Manuel Gomes, a 31 de maio. Ainda assim a especialista disse que "não encontrou nenhuma anomalia quando o produto lhe chegou", salientando que o teste usado pela GNR "é fiável, mas é indicativo, porque se baseia na mudança de cor, e não tem a mesma sensibilidade que o teste pericial". Os testes usados no laboratório da PJ indicam que tipo de substância se trata.
Dos oitos arguidos apenas três continuavam presos preventivamente. Ainda ontem foi libertado um deles porque o prazo da medida de coação terminou. A juíza de instrução vai agora decidir se o caso segue ou não para julgamento e com que arguidos.