Uma mulher de 30 anos foi sequestrada por um grupo violento, na Grande Lisboa, depois de ter disponibilizado a sua conta bancária para branquear dinheiro de terceiros e não ter conseguido "devolver" o montante. Os suspeitos foram detidos pela Polícia Judiciária e ficaram em prisão preventiva.
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De acordo com informações recolhidas pelo JN, a vítima e o companheiro foram sequestrados uma primeira vez no último sábado, 26 de outubro de 2024, num apartamento em Lisboa. A determinada altura, o casal conseguiu fugir, tendo denunciado o caso à GNR. Dada a natureza do crime, a investigação transitou para a Unidade Nacional de Contraterrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária.
Dois dias mais tarde, os sequestradores dirigiram-se a casa da mulher e obrigaram-na, sob coação, a entrar num carro. A vítima foi então transportada "a uma agência bancária, para proceder ao levantamento de uma quantia de vários milhares de euros, previamente transferidas para a conta bancária desta", refere, esta quarta-feira, PJ.
Tinha, apurou o JN, disponibilizado aquela conta para que, a troco de uma quantia desconhecida, um grupo criminoso pudesse "lavar" dinheiro de atividades ilegais, atuando como "mula". A mulher, trabalhadora mas com rendimentos modestos, não estaria a par da origem criminosa do montante, que só não terá conseguido devolver devido a problemas com a transferência.
Com o sequestro em curso, a UNCT foi alertada, acabando, com a colaboração da PSP, por deter todo o grupo em flagrante em Moscavide, Loures. Segundo a PJ, os suspeitos são quatro homens e duas mulheres, portugueses e estrangeiros, "com idades compreendidas entre os 23 e os 34 anos, e antecedentes criminais".
Apresentados a tribunal, os arguidos ficaram, por decisão do juiz, a aguardar o desenrolar do processo em prisão preventiva, a medida de coação mais gravosa prevista na lei.