Uma mulher de 40 anos queixou-se à PSP de ter sido violada por três indivíduos numa viatura TVDE, na madrugada desta quinta-feira, na Amadora. A violação ocorreu na Rua António José Saraiva e consumado o crime, a vítima foi libertada pelos agressores.
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A vítima deslocou-se à esquadra da PSP a dar conta do crime e foi transportada para o Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
De acordo com o relatado pela vítima aos agentes da PSP, esta solicitou transporte numa viatura TVDE para casa. Eram cerca das 2.40 horas da madrugada e o motorista, durante o trajeto, parou o veículo e deixou dois homens entrar para a traseira da viatura, encurralando a vítima.
Com os três agressores e a vítima dentro da viatura, foi consumada a violação, informou fonte da PSP. Depois, os três suspeitos puseram-se em fuga e a mulher ficou na rua. Dirigiu-se a um posto da PSP onde denunciou o que lhe aconteceu. A vítima não apresentava ferimentos visíveis.
A mulher de 40 anos foi transportada para o Hospital de Santa Maria para ser submetida a exames que visam recolher provas para comprovar o crime de violação e possíveis vestígios de ADN dos suspeitos.
O caso transitou para a Polícia Judiciária de Lisboa, que vai agora tentar localizar, identificar e deter os presumíveis autores do crime.
Plataformas negam serviço
Ao que apurou o JN, a UBER e a BOLT, principais plataformas de TVDE, não fizeram qualquer viagem na hora e no local do crime participado à polícia.
“Não conseguimos encontrar registo de atividades condizentes com a descrição e que permitam concluir que qualquer motorista estivesse, na altura, a efetuar a viagem através da nossa aplicação”, disse a Bolt.
A PJ, à qual foi transmitida a investigação, procurará apurar se o alegado crime foi cometido quando a viatura seguia fora de serviço. Outra hipótese, sustentada em relatos dos últimos tempos, é a de que a viatura circulasse com o dístico TVDE sem ter a respetiva licença.
Ao JN, a Associação Nacional Movimento TVDE lamenta o ocorrido, pede uma célere investigação policial e reforça os cuidados que os utilizadores devem ter ao entrar numa viatura TVDE, nomeadamente verificar se tanto a matrícula como o condutor correspondem às informações que constam na plataforma eletrónica.
Vítor Soares, presidente desta associação, disponibiliza-se para com as autoridades investigar este e outros crimes nos quais os TVDE são visados por queixosos. Isto apesar de não lhe chegar qualquer denúncia. “Todos os motoristas TVDE estão registados, bem como os seus carros e as viagens que fazem. Se houver algum crime cometido nalguma viagem, as autoridades facilmente chegam ao condutor”, diz Vítor Soares.
A Associação Nacional Movimento TVDE não recebeu até agora queixas de utilizadores por más condutas dos condutores. "Têm chegado, sim, cada vez mais relatos de carros que não são licenciados e que usam o dístico TVDE", afirma Vítor Soares. “Todos os serviços solicitados são pagos na plataforma, mas há carros que têm esse dístico”, acrescenta. A razão pode ser a de atrair vítimas para o interior da viatura, acreditando que se trata dum transporte de passageiros.