Sem-abrigo usou garrafa para atacar homem em bairro de lata do Seixal. Tribunal ouviu na terça-feira ex-companheiro.
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Tânia Rodrigues, de 32 anos, está acusada de ter degolado Carlos Guilhermino, de 68, em casa deste, no bairro de lata de Santa Marta do Pinhal, no Seixal, com o gargalo de uma garrafa partida e após uma discussão. Na noite do homicídio, em outubro de 2019, a mulher sem-abrigo, conhecida no bairro por fazer favores sexuais em troca de dinheiro, deixou a vítima a esvair-se em sangue e fugiu rumo à casa do ex-companheiro, em Almada. Apresentava feridas no sobrolho, tinha um grande golpe na cabeça e, questionada sobre o que se passara, disse que tinha sofrido uma tentativa de violação. Mas não identificou o agressor.
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Foi esta a versão que o seu ex-companheiro, Paulo Feliciano, contou na terça-feira ao Tribunal de Almada, no início do julgamento. A mulher remeteu-se ao silêncio, manifestando vontade de prestar depoimento apenas depois das testemunhas.
"Ela não me quis contar quem a tentou violar, disse que foi agredida com um pau, defendeu-se com uma garrafa e fugiu", declarou Paulo Feliciano ao tribunal, acrescentando que Tânia "não quis ir ao hospital ou à Polícia apresentar queixa".
No dia seguinte ao ataque, a mulher saiu de casa do ex-companheiro e não voltou. Paulo percebeu que esta era procurada por homicídio semanas depois.
O corpo de Carlos Guilhermino também só foi encontrado pelo seu primo e por moradores do bairro quase uma semana após o crime. Tinha golpes na garganta, num pulmão e num rim. A Polícia Judiciária identificou a suspeita e a detenção ocorreu seis meses depois, em março de 2020. Agora está em prisão preventiva.