Enfermeira e segurança montaram armadilha para roubar 75 mil euros. Vítima foi torturada para revelar código de cartão multibanco.
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Os dedos de Diogo Gonçalves, de 21 anos, foram cortados e as impressões digitais utilizadas para desbloquear o telemóvel e permitir o acesso às contas bancárias. Quando o desmembramento aconteceu, o jovem já tinha sido morto por asfixia depois de amarrado a uma cadeira. As duas raparigas, suspeitas dos crimes, foram presentes ao Tribunal de Portimão esta sexta-feira e estão em prisão preventiva.
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O roubo foi concretizado. O casal conseguiu movimentar parte dos cerca de 75 mil euros da indemnização que Diogo tinha recebido pela morte da mãe, atropelada em Albufeira, em 2016. As detidas, Maria Alexandra Malveiro, segurança, de 19 anos, e Mariana Fonseca, enfermeira no Hospital de Lagos, de 23, são suspeitas da prática dos crimes de homicídio qualificado e profanação de cadáver.
Os crimes terão ocorrido entre os dias 20 a 25 de março. Diogo foi morto na casa onde morava, em Algoz, no concelho de Silves. Foi amarrado a uma cadeira para que revelasse os códigos de acesso às contas bancárias. Terá recusado e acabou por ser morto. Antes, foi reanimado pela enfermeira, mas voltou a ser atacado. De casa desapareceram os dois telemóveis e o computador da vítima.
Segundo o diretor da Polícia Judiciária (PJ) do Sul, António Madureira, "a causa da morte foi asfixia" e "o desmembramento terá ocorrido a seguir ao crime", tendo o transporte do corpo sido feito "na viatura de uma das envolvidas".
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As duas jovens eram namoradas e viviam juntas. Maria Alexandra trabalhava como segurança no mesmo hotel, em Porches, onde Diogo era técnico de informática. Foi aí que se conheceram e que Maria soube da indeminização que o rapaz recebeu. Maria terá contado à namorada e, juntas, planearam roubá-lo. À mais nova coube a tarefa de aproveitar a relação de proximidade para seduzi-lo, conquistar a confiança e atraí-lo para uma armadilha.
É esta a convicção dos investigadores da PJ do Sul e do Departamento de Investigação Criminal de Portimão, que avançaram para as detenções na quinta-feira, uma semana depois de os restos mortais de Diogo terem sido encontrados. Maria e Mariana foram a Sagres, abandonaram o carro de Diogo e atiraram o corpo de uma falésia. Depois conduziram mais cerca de 150 quilómetros até Tavira e atiraram a cabeça à cascata do Pego do Inferno. A cabeça foi encontrada a 26 de março por turistas e o corpo, no mesmo dia, nas buscas que a Polícia Marítima fazia após ter sido visto o carro do jovem.