Nascido poucas semanas depois do 25 de Abril de 1974, Nuno Dias Costa, de 49 anos, é juiz desde setembro de 2000 e magistrado do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, há cerca de dois meses e meio.
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Até à semana passada, quando presidiu aos interrogatórios no âmbito da Operação Influencer, o seu trabalho no “Ticão” decorreu longe dos holofotes mediáticos. Esta não é a primeira vez, porém, que o juiz – filho, segundo a revista “Visão”, de um histórico inspetor da Polícia Judiciária (PJ) – tem em mãos um processo que gera interesse no grande público.
Em junho deste ano, 2023, num dos seus últimos julgamentos no Tribunal Central Criminal de Lisboa, Nuno Dias Costa presidiu ao trio de juízes que condenou o diretor de comunicação do F.C. Porto, Francisco J. Marques, e o atual diretor de conteúdos do Porto Canal, Diogo Faria, a pena suspensa de prisão (entretanto objeto de recurso, ainda em apreciação pelo Tribunal da Relação de Lisboa) pela manipulação e divulgação de e-mails do Benfica.
“São as meias verdades que são as mais difíceis de desmontar”, criticou na altura, na leitura do acórdão, o magistrado.
Meio ano antes, Nuno Dias Costa descartara a existência de terrorismo no caso do estudante que planeara um ataque indiscriminado na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, condenando-o a uma pena em regime de internamento apenas por detenção de arma proibida.
“Neste momento, nem a comunidade está preparada para receber o senhor de volta, nem o senhor está preparado para voltar”, justificou então.
No currículo, o juiz conta, ainda assim, com um passo em falso: em 2021, mandou conduzir à prisão um ex-administrador do BPP para cumprir uma pena a que fora condenado em 2020, antes desta ter transitado em julgado. Paulo Guichard queixou-se ao Supremo Tribunal de Justiça e acabou por ser libertado, devido a uma reclamação pendente no Tribunal Constitucional. Meio ano depois, com os recursos esgotados, o arguido entregou-se na cadeia.