Bruno de Carvalho prestou as primeiras declarações, esta quinta-feira, depois de ter sido libertado.
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Numa curta declaração aos jornalistas horas depois de ter deixado o Tribunal do Barreiro em liberdade, o antigo líder do clube de Alvalade garantiu ser agora "uma pessoa diferente".
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"Foram cinco dias terríveis. São cinco dias que marcam qualquer pessoa. Dá-nos outra perspetiva. Vou assentar um bocadinho e aproveitar para descansar ao pé da minha família. Só quem passa por esta situação percebe o quão diferente é um ser humano ser privado da sua liberdade", confessou.
Depois de ter agradecido a forma como foi tratado pelos militares da GNR, Bruno de Carvalho garantiu: "Sou uma pessoa diferente. Só quem fica privado de certas coisas, como um simples banho, é que sabe o que isto significa", justificou.
"Estes cinco dias foram marcantes", considerou. "É um Bruno muito diferente que sai daqui, a nível pessoal e profissional", acrescentou.
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Bruno de Carvalho rejeitou ainda responder a qualquer questão relacionada com o processo ou a sua detenção, pedindo também respeito à comunicação social pela sua família.
O ex-presidente do Sporting saiu em liberdade ao final da manhã do Tribunal do Barreiro, depois de ter sido interrogado na quarta-feira, com o juiz Carlos Delca a impor como medida de coação apresentações diárias aos órgãos de polícia criminal, além do pagamento de uma caução no valor de 70 mil euros.
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O juiz de instrução do Tribunal do Barreiro libertou também Mustafá, que fica igualmente sujeito a Termo de Identidade e Residência e apresentações periódicas às autoridades.
Após interrogatório, o juiz validou os crimes de que são acusados os dois arguidos: 20 crimes de ameaça agravada, 12 crimes de ofensa à integridade física qualificada, 20 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, dois crimes de detenção de arma proibida e um crime de terrorismo.
Mustafá foi o primeiro a deixar o Tribunal do Barreiro, pelas 12.49 horas, a pé, rodeado por elementos da PSP e depois por dezenas de elementos da claque Juventude Leonina. "Acha que isto foi justo?", questionou, quando os jornalistas tentavam ouvir uma reação sobre a sua libertação por parte do juiz de instrução. Mustafá deixou o local num veículo ligeiro que o aguardava.
Pelas 12.58 horas, Bruno de Carvalho saiu das instalações do tribunal acompanhado da GNR, numa das viaturas descaracterizadas em que foi transportado nos últimos dias para as diligências.