Oito proprietários de oficinas em Espanha foram constituídos arguidos pela Polícia Nacional, suspeitos de alterarem os filtros de partículas de automóveis a diesel.
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A investigação ainda continua, uma vez que foram identificadas mais 80 oficinas em Espanha que se dedicam a esta atividade.
As oficinas detetadas faziam as alterações por cerca de 200 euros e tinham bastantes clientes, uma vez que a substituição legal dos filtros de partículas (FAP) ronda em Espanha os 1200 euros. No entanto, a alteração levava a sérios danos para o meio ambiente, uma vez que os gases nocivos chegavam à atmosfera sem controlo, uma questão que está também na génese do escândalo Volkswagen.
A operação decorreu em Madrid e envolveu a polícia e elementos de Estado ligados à fiscalização ambiental. Em comunicado, a polícia espanhola explicou que as oficinas não só alteravam os FAP como entravam também na centralina dos veículos com o intuito de apagar a informação que ficaria registada pela ausência dos filtros, impedindo assim que essa falta fosse detetada nas inspeções.
Esta ação ilegal permitia ainda aumentar a potência dos veículos e os anúncios relativamente a estas várias possibilidades eram publicitadas na internet, com moradas completas e contactos das oficinas.
A Polícia Nacional explica no comunicado que os problemas nos filtros surgem mais frequentemente nos percursos urbanos, mais curtos e descontínuos, em que os motores não atingem a temperatura suficiente para destruir os resíduos que ficam nos filtros.
Recorde-se que ainda recentemente o JN denunciou situações ilegais semelhantes no nosso país, mas não se conhece até agora qualquer ação policial para as contrariar.