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O que é a Operação Influencer?
O Ministério Público realizou, a 7 de novembro de 2023, buscas e detenções por suspeitas de corrupção no megaprojeto do Data Center de Sines. O MP acredita que membros do anterior Governo beneficiaram interesses privados através de legislação à medida.
Como nasceu o inquérito?
A mina do Romano, em Montalegre, foi o projeto que originou a investigação sobre um alegado favorecimento no negócio do lítio. O então secretário de Estado, João Galamba, é suspeito de ter favorecido a empresa Lusorecursos.
Como o MP partiu do lítio para chegar Sines?
O elo de ligação entre os vários inquéritos da Operação Influencer é João Galamba. Do lítio de Montalegre, apareceram outras suspeitas em Boticas e depois no projeto do hidrogénio verde em Sines, onde a Start Campus quer instalar o Data Center.
A investigação foi dividida após as detenções?
Sim. A Procuradora-Geral da República criou uma equipa especial de polícias e magistrados que se dedica em exclusividade à investigação. O inquérito oficialmente foi dividido em três partes: lítio, hidrogénio verde e Data Center.
O caso de António Costa não está no Supremo?
Inicialmente, por exercer as funções de primeiro-ministro, a investigação a António Costa foi remetida ao Ministério Público (MP) junto do Supremo Tribunal de Justiça. Há 15 dias, o processo transitou para o MP do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, por Costa já não ser primeiro-ministro.
O juiz de instrução já tinha criticado o MP?
Sim. As medidas de coação aplicadas pelo juiz Nuno Dias Costa na sequências dos interrogatórios ficaram muito aquém do que pedira o MP. O juiz afirmou que os indícios de corrupção eram de “cariz vago” e “não integravam qualquer ilícito criminal”.
A investigação vai continuar?
O Ministério Público vai continuar a investigar e a decisão do Tribunal da Relação de Lisboa não terá influência nas próximas diligências de recolha e análise de prova, tanto em relação aos casos de Sines, como no lítio de Montalegre e Boticas.