O advogado de Hugo Carneiro, conhecido como "Polaco", foi o primeiro a falar no segundo dia das alegações finais da Operação Pretoriano. Paulo Figueiredo lembrou que nenhuma testemunha relacionou o seu cliente com ameaças, violência ou coação. "Ninguém o acusou de qualquer atitude hostil, ninguém se sentiu ameaçado".
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Hugo cometeu o "erro" de ir à Assembleia Geral quando não era sócio, mas "um erro nunca é crime", frisou o advogado. E "Polaco" só entrou porque "as pessoas responsáveis o deixaram entrar após a sua insistência". É certo que se apropriou de quatro ou cinco pulseiras com a "autorização tácita da hospedeira Márcia, mas não foi exercida qualquer coação sobre alguém". Também no interior do pavilhão, "sempre se manteve alheio aos atos censuráveis lá praticados", garantiu Paulo Figueiredo, explicando que até abriu uma porta para deixar pessoas sair e retirar alguém que se sentia mal. "Estava no local errado à hora errada", justificou.
O advogado reconheceu que o arguido tem registo criminal, mas assegurou que, desde 2007, e principalmente desde 2018, que começou a atividade "regular e ininterrupta" de motorista de autocarros, fez um esforço para se adaptar à sociedade.
"O Hugo tem enquadramento familiar forte, é uma pessoa atualmente pacífica, alguém que gosta de futebol, que ama o seu clube e nem sócio é porque os seus rendimentos são escassos", descreveu, sublinhando que o seu cliente foi à Assembleia Geral "apenas e exclusivamente para ouvir e manifestar intenção de voto e apoio ao presidente Pinto da Costa".
"Se havia um plano, esse plano não contou com a adesão ou colaboração de Hugo Carneiro. Se havia um objetivo, era desconhecido de Hugo carneiro", reforçou Paulo Figueiredo, considerado a coautoria apontada pelo Ministério Público como "um puro exercício de imaginação". Por isso, apelou ao tribunal que, face à prova produzida, se pronunciasse “justamente”.