
José Sócrates
PAULO NOVAIS/LUSA
No dia em que a Procuradoria-Geral da República estendeu novamente o prazo da investigação no âmbito da Operação Marquês, estes são os números impressionantes do processo.
Detido a 21 de novembro de 2014 quando chegava ao aeroporto de Lisboa vindo de Paris, José Sócrates viu-lhe ser decretada prisão preventiva no dia 24, depois de ter acompanhado as buscas domiciliárias a sua casa e ter sido interrogado pelo juiz Carlos Alexandre.
Passou 288 dias no Estabelecimento Prisional de Évora até lhe ser decretada prisão domiciliária a 4 de setembro de 2015. Desde então, o caso tem-se desenvolvido com sucessivos adiamentos e novas informações, que atrasam a investigação.
Devido à evolução do processo, que em março tinha resultado em 91 volumes e 52 apensos, a Procuradoria-Geral da República decidiu prorrogar por três meses o prazo para conclusão do inquérito, a contar da data de junção ao processo da última carta rogatória a ser devolvida. Em causa estão três cartas rogatórias pendentes na Suíça, de um total de nove cartas rogatórias enviadas a pedir informações a entidades internacionais.
José Sócrates, o principal arguido do caso, está indiciado por três tipos de crime: corrupção, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.
No total, o processo tem 28 arguidos, 19 pessoas e nove empresas.
Entre os arguidos estão Armando Vara, ex-administrador da CGD e antigo ministro socialista, Carlos Santos Silva, empresário e amigo do ex-primeiro-ministro, Joaquim Barroca, empresário do grupo Lena, Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, João Perna, antigo motorista de Sócrates, Paulo Lalanda de Castro, do grupo Octapharma, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava, antigos administradores da PT, o advogado Gonçalo Trindade Ferreira e os empresários Diogo Gaspar Ferreira e Rui Mão de Ferro e o empresário luso-angolano Hélder Bataglia.
Segundo a PGR, até março, tinham sido realizadas 260 buscas e inquiridas 170 testemunhas, tendo sido transcritas 2600 escutas.
No total, o processo tem três mil documentos em suporte papel, 15,5 milhões de ficheiros informáticos e 200 mil registos bancários. Tudo isto investigado por 22 inspetores da Autoridade Tributária e 10 procuradores do Ministério Público.
