Um grupo organizado de crimes de burla foi desmantelado no Algarve pela PJ do Sul. Foram detidas cinco pessoas que se dedicavam a esquemas com créditos fraudulentos, burlas a seguradoras e falsos negócios envolvendo carros de luxo e barcos. O valor global das burlas utrapassa, para já, um milhão de euros.
Corpo do artigo
Segundo um comunicado da PJ, os suspeitos, com idades entre os 30 e os 36 anos, atuavam nos setores do comércio de automóveis topo de gama e embarcações. Há indícios da obtenção de créditos de forma fraudulenta junto de instituições bancárias e da burla a seguradoras, mas também de diversos negócios envolvendo particulares.
Propunham às vítimas a importação de veículos de luxo e de barcos e recebiam delas quantias avultadas como adiantamento. Porém, os negócios acabavam por não se concretizar e eles ficavam com o dinheiro. Há relatos de que, depois de frustrados os negócios, coagiam e ameaçavam as vítimas para não apresentar queixa. Só com este esquema terão conseguido apropriar-se indevidamente de quantias superiores a 450 mil euros.
Mais de um milhão para sustentar vida luxuosa
Até ao momento, a PJ conseguiu contabilizar mais de um milhão de euros obtidos com os crimes. Para esconder a atividade, criavam empresas de “fachada”, estrategicamente colocadas em nome de terceiros, por forma a ocultar a ação e a identidade dos verdadeiros beneficiários, evidenciando-se o uso frequente de falsificações com recurso à colaboração de indivíduos especializados neste tipo de crime. Estes esquemas de enriquecimento ilegítimo permitiam-lhes o um "padrão de vida luxuoso", incompatível com rendimentos lícitos que lhe são conhecidos, adianta a PJ.
A diretoria do Sul da PJ desenvolveu nos últimos dias a operação Gatsby que, além da detenção dos cinco suspeitos, portugueses e estrangeiros, residentes nas regiões de Lisboa e Algarve, realizou 12 buscas domiciliárias e três não domiciliárias tendo apreendido dois imóveis no Algarve, três veículos de gama alta, 25 mil euros em numerário, bem como equipamento informático, de telecomunicações, documentação e outros meios de prova.
Os detidos, indiciados dos crimes de burla qualificada, branqueamento e falsificação de documentos, vão ser apresentados a primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coação. O inquérito judicial é titulado pelo DIAP de Loulé.