"O menininho inocente, sem maldade nenhuma. Magoar os outros, não. Magoar-se a ele próprio talvez". É o retrato de João Carreira, o jovem de 18 anos que está detido preventivamente por suspeitas de terrorismo, feito pela mãe, que culpa uma jovem de Lisboa, namorada "virtual" do filho e também viciada em vídeos com assassinatos em série, de o ter mandado fazer tudo", até "matar".
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Os pais do jovem, estudante de Informática na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, Carlos Carreira e Cristina Real, não querem sequer admitir a possibilidade de João Carreira estar a planear um atentado ao estabelecimento.
"Não consigo sequer acreditar nessa possibilidade. O meu João é tão meigo e carinhoso. Nem habilidade tem para cortar um kiwi. Corta-o a meio e depois come-o à colher. E até sou eu que lhe faço a barba", confessou Cristina Real, à revista "Sábado".
João Carreira foi detido pela Policia Judiciária, no dia 10 de fevereiro deste ano, um dia antes do atentado que havia planeado com algum cuidado, de acordo com a documentação apreendida no apartamento onde vivia, nos Olivais, em Lisboa.
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De acordo com os pais de João Carreira, terá sido Micaela, uma jovem de 21 anos, que com ele manteve uma relação "virtual" desde 2018, a principal instigadora do plano e foi ela que o convenceu a ir estudar para Lisboa, ao arrepio do combinado com os pais, que o queriam em Leiria.
"Ele veio para Lisboa porque que lhe pedi e depois abandonei-o", admitiu Micaela à revista, sublinhando que não falou mais com João Carreira "Ele também não disse mais nada e por isso pensei que estivesse bem".
Unia-os a obsessão por vídeos de assassinatos em série e Micaela admite que possa ter sido um dos motivos para João ter planeado um atentado, "não tenho a certeza", mas "não acredita que ele o fizesse".