O Tribunal de Setúbal condenou esta segunda feira à pena máxima, 25 anos de prisão, os dois arguidos acusados do homicídio qualificado de Pedro Abreu, pianista lisboeta que foi assassinado à pancada e deixado a agonizar durante três dias, em 2023.
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Nuno Patrício, homicida confesso, e Ângelo Taia, que disse que até tentou tratar da vítima, viram o tribunal aplicar-lhes a pena máxima. Ana Gonçalves, namorada de Nuno, foi absolvida de abuso de cartão bancário e Paulo Rodrigues, amigo dos arguidos, foi condenado a três anos, pena suspensa, por ocultação de cadáver.
O homicídio aconteceu a 21 de fevereiro de 2023, na casa de Nuno Patrício, na Rua do Pandeiro, em Setúbal. A vítima costumava comprar cocaína a Nuno e o crime terá acontecido na sequência de um desentendimento. Nuno quereria o dinheiro que a vítima tinha na conta bancária, mais de 35 mil euros, que depois foram gastos em poucos dias pelo arguido em póquer online, ouro, telemóveis e roupa nova.
No dia do desentendimento, Nuno e Ângelo atacaram a vítima à pancada, conseguiram o novo código pin do cartão bancário e depois amarraram-lhe os pés e braços, deixando-a em agonia trancado na casa de banho, onde morreu sufocada pelo próprio sangue ao longo de quatro dias.
Quatro dias depois, levaram o corpo para um poço na Moita, onde o tentaram ocultar. Este acabou por ser encontrado semanas depois.
A PJ desvendou o crime através uma queixa que Pedro fez por furto da carteira, onze dias antes de morrer, a 10 de fevereiro de 2023. A investigação foi ainda auxiliada por relatos de moradores no Bairro do Troino, local da queixa, e que apontavam para a ostentação de riqueza de Nuno Patrício, um morador traficante de droga, que teria tido um comportamento estranho na altura do crime.