Viagem-relâmpago de economista ao Luxemburgo e Zona Franca da Madeira serviu para "limpar" documentos comprometedores.
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O empresário bracarense Hernâni Vaz Antunes, tido como homem de confiança de Armando Pereira, foi avisado uma semana antes da iminência da operação da Autoridade Tributária visando o conglomerado de empresas que ambos criaram para dissimular as centenas de milhões ganhos ao arrepio do Fisco e da própria Altice Internacional. Por isso, ordenou a Álvaro Gil Loureiro, economista, considerado “especialista” no que toca a esconder dinheiro, que se deslocasse à Zona Franca da Madeira e ao Luxemburgo, para “limpar” documentos que os pudessem comprometer.
No primeiro dia de interrogatório a que foi sujeito pelo juiz Carlos Alexandre e pelo procurador Rosário Teixeira, Gil Loureiro começou por dizer que era mero funcionário de Hernâni Antunes, admitido depois o seu envolvimento. O economista terá dado conta de que, uma semana antes do arranque da Operação Picoas, Vaz Antunes lhe dissera que “viria aí uma fiscalização das Finanças de Braga” visando as suas empresas. Dessa conversa resultou a deslocação de Gil Loureiro ao Luxemburgo, mas apenas para “tratar de assuntos”, tendo feito o mesmo à Zona Franca da Madeira, ambos os locais onde o “grupo” tinha sediadas várias das dezenas de empresas investigadas.