Suspeito da autoria dos crimes em Aguiar da Beira esteve na segunda-feira na terra onde escapou à GNR.
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O suspeito dos homicídios de Aguiar da Beira, Pedro João Dias, tinha estado no Candal (S. Pedro do Sul) na passada segunda-feira, um dia antes de ali desaparecer nos montes, fugido às autoridades, depois dos crimes em Aguiar da Beira.
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Prometeu voltar dois dias depois para comprar duas vitelas - regresso anunciado para o dia em que a GNR deu por findas as buscas para o encontrar. Depois dessa decisão das autoridades, nas povoações serranas de Candal e de Cabreiros (Arouca), a comunidade continua assustada, mas a normalidade está aos poucos a ser restabelecida.
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Horas antes dos crimes, Pedro Dias cruzou-se na estrada do Candal com uma produtora de gado a quem tinha comprado duas vitelas há cerca de um ano. "Perguntou-me se tinha mais e combinou voltar na quarta-feira [anteontem] para efetuar o negócio", diz a mulher ao JN, não querendo ser identificada. "Só fizemos negócio uma vez, mas ele parecia ser uma pessoa normal, agradável", comenta. "Mais ninguém o conhece por aqui. Por isso, penso que ninguém o iria ajudar a fugir", afirmou ao JN.
"Lá perdeu a cabeça"
Depois dos dois dias de caça ao homem na zona, por cerca de 200 militares, quinta-feira, a presença da GNR já mal foi notada naquelas aldeias, limitando-se aparentemente a um mero patrulhamento.
Também aos poucos, a rotina dos populares está a ser restaurada, ainda que com cuidados. "As pessoas ainda têm muito medo. Na quarta-feira, ficaram mais por casa, mas hoje [quinta-feira] já se vê mais gente na rua. Eu só tirei os animais para perto. Hoje, já vou para o campo", diz Lúcia Santos, de Cabreiros.
"Enquanto ele não aparecer, não ficaremos tranquilos, mas temos de sair com os animais para comer", dizia a pastora Maria Martins, de Póvoa das Leiras (Candal), onde Pedro Dias foi visto a última vez.
Na aldeia do Candal, Ana Pinho diz ter "ficado mais tranquila" quando soube quem era o foragido. "Dizem que é bom rapaz. Lá perdeu a cabeça", comenta.