A Polícia Judiciária do Porto deteve esta quarta-feira nove homens suspeitos de integrar uma rede organizada e transnacional que abriu e usou em Portugal centenas de contas bancárias para fazer circular dinheiro obtido por meio de burlas, mas também de crimes violentos.
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Pelo menos três milhões de euros terão passado por aquelas contas. Os detidos, de nacionalidade brasileira, mas tinham todos vários documentos de identificação falsos, são suspeitos de crimes de branqueamento de capitais, burla, falsificação e associação criminosa.
Cerca de 70 inspetores realizaram uma dúzia de buscas nas zonas do Porto, Gaia, Maia, Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Fafe, mas também na Grande Lisboa, nomeadamente na Amadora e no Cacém. Segundo apurou o JN, esta organização dedicava-se em exclusivo à lavagem de dinheiro da criminalidade.
Em comunicado, a PJ esclareceu que aquela “utilizava o sistema bancário nacional para sustentar o processo de branqueamento, alicerçado na criação de sucessivas de sociedades, detidas e geridas por pessoas munidas de identidades falsas, e contas bancárias tituladas pelas mesmas”.
Os arguidos ofereciam um serviço “chave na mão”, criando os sistemas necessários para que as vantagens de diferentes crimes pudessem ser filtradas, aproveitando, posteriormente, a sua integração na economia legítima.
“No decurso da operação policial foi apreendida documentação relativa à prática dos factos, material informático, cartões bancários e de telecomunicações”, adiantou a PJ do Porto, que lidera a investigação tutelada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal.
Os arguidos devem ser levados ao Tribunal de Instrução Criminal do Porto esta quinta-feira.