A Polícia Judiciária (PJ) está a investigar um ataque informático, esta quinta-feira, a sites de organismos tutelados pelo Ministério da Economia e do Mar, apurou o JN.
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As primeiras diligências apontam para que tenha sido usado um "ransomware", um programa nocivo que bloqueia o sistema até que a vítima pague o resgate exigido. A tutela garantiu, ao JN, que não foram comprometidos dados.
"Não há comprometimento de informação, devido à robustez do sistema", afirmou fonte oficial do ministério liderado por António Costa Silva, escusando-se a precisar quais foram os organismos cujos sites foram visados pelo ciberataque. A mesma fonte assegurou, a meio da tarde, que a situação seria "normalizada até ao final do dia".
Ao todo, são 41 os gabinetes, direções-gerais, autoridades, agências e outras entidades tuteladas pelo Ministério da Economia do Mar. Dos que têm página própria online, só o Turismo de Portugal estava, pelas 20 horas desta quinta-feira, inacessível.
Não é inédito
Esta não é a primeira vez que um ministério é alvo de um ataque informático. Em fevereiro do ano passado, por exemplo, tinha sido já visado o Ministério dos Negócios Estrangeiros. A intrusão foi, na altura, detetada pelo Serviço de Informação e Segurança (SIS).
A Assembleia da República, o Instituto da Segurança Social, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e a TAP foram outros órgãos e entidades públicas que, durante o ano passado, foram atacados por piratas informáticos. Os hackers visaram igualmente entidades privadas.
No total, o Centro Nacional de Cibersegurança registou, em 2022 e segundo o Relatório Anual de Segurança Interna, 78 incidentes relativos a segurança de informação, dos quais 69 foram ataques de "ransomware". Tratou-se, ainda assim, de uma minoria das ocorrências registadas.
DADOS
Fraude em maioria
Dos 2023 incidentes registados no ano passado pelo Centro Nacional de Cibersegurança, 871 foram fraudes com recurso a páginas aparentemente legítimas.
Criminalidade a subir
O organismo abriu e resolveu em 2022 mais 236 incidentes do que em 2021. Só em segurança de informação foram mais 40.