A Polícia Judiciária (PJ) negou, esta segunda-feira, que responsáveis deste órgão de polícia criminal tenham ido a Londres pedir desculpa aos pais de Madeleine McCann pela forma como lideraram a investigação do desaparecimento da menina. A notícia tinha sido avançada pelo programa de investigação BBC Panorama.
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Segundo a BBC, um conjunto de responsáveis da PJ teria falado, no início deste ano, com Gerry McCann, o pai da criança desaparecida há 16 anos na Praia da Luz, no Algarve, para pedir desculpas sobre "a forma como os detetives investigaram o caso e como trataram a família". No entanto, em comunicado enviado às redações esta segunda-feira, a PJ confirma que contactou presencialmente os pais de Maddie McCann, mas apenas para fazer um ponto de situação do processo.
"Como é normal, neste tipo de situações e corresponde às boas práticas, foram efetuados contactos presenciais, com os familiares da criança desaparecida, transmitindo-se – apenas - o ponto de situação processual, no âmbito do inquérito em curso, pendente no Ministério Público da Comarca de Faro", esclareceram.
Na nota, a PJ também acrescenta que continuam a ser desenvolvidas diligências, "visando o cabal esclarecimento da situação", de que são exemplo os "atos formais de investigação e de perícias", realizados em Portugal e no estrangeiro, em articulação com as autoridades alemãs e inglesas.
O programa de investigação do canal, BBC Panorama, vai emitir esta segunda-feira à noite um episódio dedicado ao caso, em que o jornalista Richard Bilton, "que acompanhou o caso desde os primeiros dias do desaparecimento de Madeleine", passa por Portugal e pela Alemanha "para descobrir mais sobre o homem suspeito de a ter raptado e matado", o alemão Christian Brueckner.
Quatro meses depois do desaparecimento de Madeleine, os pais, Kate e Gerry, foram considerados suspeitos na investigação liderada pela Polícia Judiciária. Ambos foram interrogados pelos agentes, "que acreditavam que eles tinham encenado um rapto e escondido o corpo de Madeleine".
Gonçalo Amaral, inspetor-chefe no caso, foi afastado da investigação, mas acabou por escrever um livro em que acusava o casal McCann de estar envolvido no desaparecimento da filha. O processo por difamação movido pelos McCann contra este detetive foi rejeitado pelo Supremo Tribunal de Justiça. Kate e Gerry McCann, que recorreram para o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, perderam esse recurso em setembro do ano passado.