O diretor nacional da Polícia Judiciária afirmou, esta sexta-feira, que a instituição tem sido alvo de críticas muito injustas e elogiou o facto de haver vontade política em acabar com as manobras dilatórias, utilizadas para atrasar o desfecho de processos durante anos.
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À margem do XIII congresso dos magistrados do Ministério Público, Luís Neves afirmou estar satisfeito com o facto de os partidos políticos estarem a incluir nos seus respetivos programas eleitorais medidas para acelerar o termino dos processos.
Sem querer comentar as discussões públicas em torno de eventuais alterações ao modelo de funcionamento do Ministério Público, Luís Neves disse que aprova futuras medidas que possam “agilizar as investigações” e programas políticos que procurem “acabar ou mitigar algumas diligências dilatórias (...) que permitem que alguns dos inquéritos e dos julgamentos durem anos e anos”.
Questionado pelos jornalistas, o diretor da PJ qualificou como “muito injustas” as recentes críticas de que a investigação foi alvo, a propósito de recentes operações de buscas.
“Foram críticas muito injustas. Inconsistentes. Porque do nosso trabalho sabemos nós. Eu posso apenas, a título de exemplo, dizer que nas buscas que são efetuadas, especialmente as domiciliárias, estamos a cumprir uma decisão dos juízes das liberdades, de um juiz de instituição criminal. E não me recordo, até hoje, de ter tido algum reparo de algum juiz, relativamente à forma, aos meios, ao modo como nós cumprimos o nosso trabalho. Temos autonomia técnica e tática para fazermos as nossas diligências e fazemos sempre no escrupuloso respeito pelos direitos legais e garantias de todos os nossos intervenientes”.
O dirigente máximo da PJ criticou os “tudologos” que recentemente comentaram os meios empregues em buscas de processos mediáticos. “Nós temos um dever de recato e de sigilo que não nos permite defendermo-nos em tempo útil e em tempo oportuno. Há muita gente que às vezes fala daquilo que não sabe”, disse Luís Neves.