A Polícia Judiciária (PJ) esteve, esta quarta-feira, a realizar diligências de investigação na Câmara Municipal de Bragança. A informação foi confirmada ao Jornal de Notícias pelo presidente do município, Paulo Xavier.
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Em causa está uma investigação relacionada com as obras de ampliação da zona industrial das Cantarias e com as da Circular Interior a Bragança.
As obras estão envoltas em polémica desde há algum tempo. Ambas foram construídas durante os mandatos do anterior presidente da Câmara, Hernâni Dias, eleito deputado pelo Partido Social Democrata nas últimas legislativas. As diligências de investigação realizadas por inspetores da PJ visaram ainda a ação de um funcionário municipal.
Um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) revela que foram encontradas faturas de trabalhos que nunca foram realizados, no valor de cerca de 808 mil euros, mas também detetou a realização de outros trabalhos não previstos.
Segundo o mesmo relatório, baseado nas atas das reuniões da Câmara de Bragança, terão sido transferidos cerca de 3,9 milhões de euros das contas da autarquia para a empresa responsável pela obra, a que acrescem mais 150 mil euros de ajuste direto para a terraplanagem dos lotes.
A auditoria do LNEC entende que os 150 mil euros deviam ter sido deduzidos ao montante total da empreitada, por fazerem parte do contrato principal.
Segundo Hernâni Dias revelou no ano passado ao Jornal de Notícias, foi ele próprio quem informou o Ministério Público e pediu ao LNEC que fizesse uma auditoria à empreitada de ampliação da Zona Industrial de Bragança, financiada com fundos europeus.