O porta-voz da plataforma que une 11 estruturas sindicais da GNR e PSP alerta que o desafio da ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, não é atribuir um subsídio de missão similar ao da PJ, mas sim reverter a “tremenda falta de atratividade” da profissão, visível no "número decrescente" de candidatos.
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“A perda é de tal ordem que existe cada vez mais dificuldade em manter os próprios ativos”, sublinha, ao JN, Bruno Pereira, precisando que a solução terá de passar, necessariamente, pela melhoria das condições, sem fechar a porta a uma revisão da tabela de suplementos. O comissário da PSP alerta, ainda assim, que o futuro "não pode ser uma Polícia de suplementos", seja na força de segurança que integra, seja na GNR.
Quase dada por adquirida está, face ao amplo consenso partidário na campanha eleitoral, a atribuição do suplemento de missão semelhante ao da Polícia Judiciária (PJ), uma reivindicação que originou, nos últimos meses, vários protestos.
"A primeira coisa que [a ministra] deve fazer é dar cumprimento à promessa eleitoral do Dr. Luís Montenegro", concorda o presidente da Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP/PSP), Paulo Santos. "Seria um bom passo para outras discussões", atira, elegendo a questão igualmente a questão da "atratividade" da profissão policial como uma das que é mais urgente o novo Governo resolver.
Os líderes sindicais consideram, por outro lado, positivo que Margarida Blasco, diretora do Serviço de Informação e Segurança (SIS) entre 2004 e 2008 e inspetora-geral da Administração Interna de 2012 a 2019, já conheça a área que vai agora tutelar. Ressalvam, contudo, que, apesar do "tato suplementar", se trata de funções distintas.
"Ser ministro não é a mesma coisa que ser inspetor-geral", frisa o líder da ASPP/PSP, precisando que o cargo governamental obriga a ter uma visão do setor "no seu todo".
O JN tentou ainda, sem sucesso, contactar o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira.