O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, foi detido, nesta quinta-feira, pela Polícia Judiciária, no decorrer de uma operação que visa suspeitas de "viciação para benefício de determinados operadores económicos, num valor que ascende a 20 milhões de euros". Também o vice-presidente da autarquia David Teixeira foi detido.
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Em comunicado, aquela polícia revela que "foram executadas dezenas de buscas, domiciliárias e não domiciliárias, que visaram os serviços de uma autarquia local e diversas empresas nos concelhos de Montalegre, Braga, Famalicão e Vila do Conde". Foram detidos três suspeitos, "dois titulares de cargos políticos e um funcionário", que se encontram indiciados pela prática dos crimes de associação criminosa, prevaricação, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos, abuso de poder e participação económica em negócio.
A investigação versa sobre um volume global de procedimentos de contratação pública, no período de 2014 a 2022, suspeitos de viciação para benefício de determinados operadores económicos, num valor que ascende a 20 milhões de euros. Nesta operação, com a presença de magistrados judiciais e do Ministério Público, estiveram envolvidos investigadores da Diretoria do Norte e ainda dos Departamentos de Investigação Criminal de Vila Real e de Braga, bem como de peritos financeiros e informáticos de várias estruturas da Polícia Judiciária.
Um comunicado divulgado entretanto pela autarquia dá conta de que Orlando Alves e David Teixeira estão disponíveis para prestar os esclarecimentos que forem necessários "no tempo e lugar próprios". "A câmara municipal, o senhor presidente e o senhor vice-presidente estão, como sempre estiveram, disponíveis para prestar os esclarecimentos que forem considerados necessários e, no tempo e lugar próprios, assim o farão, mantendo o foco no desenvolvimento do trabalho em prol do território de Montalegre, pode ler-se na nota, assinada pela vereadora Fátima Fernandes.
No decurso da operação Alquimia, foi apreendida documentação diversa relativa à prática dos factos e material informático com possível alcance probatório. Os detidos vão ser presentes à autoridade judiciária no Tribunal de Instrução Criminal do Porto, para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.