Investigado também churrasco na cela divulgado por preso da Carregueira nas redes sociais.
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A Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) está a investigar como é que um recluso da cadeia de Alcoentre conseguiu sair, de madrugada, da cela em que estava encarcerado e ir até uma torre desativada, para receber um saco atirado do exterior com 41 telemóveis e outro material informático. Ainda neste fim de semana, surgiram imagens de um churrasco feito por presos numa cela da cadeia da Carregueira, incidente que também está sob averiguação.
Na madrugada de ontem, o recluso foi detetado pelos guardas prisionais junto à torre desativada, pelas 1.30 horas, levando com ele um saco contendo vários artigos informáticos - como pens, um comando de uma "box" de TV - e 41 telemóveis, novos e usados, com a indicação das alas a que eram destinados.
apanhado em flagrante
Os objetos foram apreendidos pelos guardas e a situação deu origem a um processo de averiguações interno, designadamente para apuramento das circunstâncias em que o recluso conseguiu sair da cela àquela hora da madrugada. Alguém do exterior terá ido até junto da rede e arremessado o saco junto à torre de vigia desativada.
Fonte oficial da DGRSP confirmou ao JN a ocorrência, explicando que "o saco e respetivo conteúdo foram apreendidos no momento em que um recluso os procurava recolher".
Salsichas na cela
Na cadeia da Carregueira, em Sintra, foi através de imagens publicadas por um recluso nas suas próprias redes sociais que o caso, ocorrido anteontem, foi conhecido. Mostrava-se a cozinhar salsichas, com um grelhador improvisado, no interior da cela. O recluso em causa está há vários anos na Ala B do estabelecimento, partilhando a cela com cinco reclusos. Na noite da passada sexta-feira, publicou fotografias nas quais aparece a fazer o churrasco num prato de metal, aquecido pelo fogo que ardia num copo de metal, numa banca. "Hoje tem", era a legenda das imagens tornadas públicas. O caso também já está a ser investigado pela DGRSP.
Presos à vontade
Fonte da Guarda Prisional confirma, ao JN, a publicação das fotografias e esclarece que este tipo de situações só é possível porque "os guardas estão proibidos de abrir as celas durante a noite". Diz ainda que os presos são encarcerados às 19 horas e que, depois, as chaves só podem ser retiradas do chaveiro com autorização superior. "Os reclusos sabem que estão à vontade para, durante a noite, fazerem o que quiserem no interior das celas, porque ninguém os vai incomodar", acrescenta.
A DGRSP clarifica que a refeição confecionada na cela e cujas imagens foram partilhadas nas redes sociais "cabe dentro dos ilícitos disciplinares e como tal será tratada". Afirma ainda que, "durante a noite, a abertura das celas é permitida e de comunicação obrigatória" e que pela madrugada, "há diversas rondas por todos os espaços prisionais".