O recluso da cadeia de Alcoentre, Oeiras, apanhado, junto a uma torre de vigilância e durante a madrugada, na posse de 41 telemóveis, uma faca e pen's com software pirata para ver canais de televisão codificados fugiu pela janela da cela. A garantia é dada pelos guardas prisionais que, deste modo, refutam a acusação que foi um dos seus elementos a abrir a porta da cela ao fugitivo.
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"As imagens das câmaras de CCTV do Estabelecimento Prisional de Alcoentre não deixam qualquer dúvida: o recluso que foi apanhado pelos guardas prisionais durante a madrugada num recinto exterior daquela cadeia, na posse de 41 telemóveis, conseguiu passar por entre o gradeamento da cela, durante a madrugada do último domingo", descreve um comunicado do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP).
Segundo esta estrutura sindical, "todas as celas, de todas as alas, encontravam-se devidamente fechadas, tendo os guardas dado integral cumprimento ao protocolo de segurança habitual". "Não houve qualquer falha nem negligência dos guardas prisionais, que apesar da escassez de recursos materiais e humanos, responderam com prontidão, repondo a normalidade e a ordem no estabelecimento prisional, reportando a situação a quem de direito", acrescenta o SNCGP.
Usou corda feita com lençóis para fugir
Tal como o JN avançou, um recluso da cadeia de Alcoentre conseguiu sair da cela em que estava encarcerado e deslocar-se até uma torre desativada, para receber um saco com 41 telemóveis e outro material informático. O caso começou, de imediato, a ser investigado pela Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais que, entretanto, apurou como tudo aconteceu.
Pela 1.30 de domingo, o preso fugiu da cela pelo gradeamento da janela e usou uma corda feita com lençóis para descer até ao telhado da cozinha da cadeia. Daí, saltou para o pátio e percorreu os poucos metros até à rede de vedação da prisão, onde recebeu, em mão, um embrulho entregue por um homem que se manteve no exterior da prisão.
O recluso preparava-se para regressar à cela quando foi detetado, através do sistema de videovigilância, pelos guardas, que logo foram ao seu encontro. Quando foi apanhado, o preso tinha na sua posse 41 telemóveis, que ostentavam etiquetas com os nomes dos presos a quem se destinavam. O embrulho tinha também uma faca e pen´s com software ilegal que permitia ver, com um computador, canais de televisão codificados e de acesso pago.