O homem que durante cerca de três anos escondeu o carro de Fernando "Conde", o eletricista de Guimarães morto em janeiro de 2020, foi colocado em prisão preventiva esta quinta-feira. Está indiciado por recetação e favorecimento pessoal, esteve a monte desde o verão do ano passado.
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O Tribunal de Guimarães entendeu existir perigo de fuga para aplicar uma medida de coação privativa da liberdade a "Miguel", que terá guardado o Volvo C30 de Fernando "Conde" pouco depois de este ter sido atraído numa emboscada mortal por "Toni do Penha".
Este empresário vimaranense foi recentemente condenado a sete anos de cadeia pelos crimes de exposição e abandono. Em janeiro, o Tribunal de Guimarães deu como provado que, ao fugir da emboscada, "Conde" se lançou ou caiu ao rio e foi abandonado à sua sorte por "Toni" e acabou por morrer afogado. Este crime, pelo agravamento resultante da morte, prevê uma pena entre três e dez anos de cadeia.
Um outro arguido foi acusado de ter participado na emboscada e de ter feito desaparecer o Volvo C30. Porém, algumas semanas antes de o julgamento começar, a PJ localizou o veículo e as suspeitas orientaram-se para Miguel.
Este homem, com antecedentes criminais por ofensas e condução sem carta, andou a monte desde o verão. Tinha uma fábrica de meias que encerrou, sendo que terá estado em França para fugir das autoridades.
O carro de "Conde" foi descoberto numa garagem das Caldas das Taipas que pertence a Miguel. O JN sabe que todos os elementos de identificação da viatura tinham sido retirados. Miguel está indiciado pela recetação do carro furtado, mas também por favorecimento pessoal. É que o facto de ter escondido o veículo dificultou a investigação ao homicídio do "Conde". O carro poderia conter elementos probatórios capazes de levar à identificação de outros suspeitos da emboscada mortal.