O Ministério Público (MP) acusa um professor de jiu-jitsu e empresário do ramo da restauração e turismo de seis crimes de abuso sexual de uma aluna de 12 anos, em Viseu.
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O suspeito, de 41 anos, foi detido há mais de meio ano pela Polícia Judiciária, encontrando-se desde essa altura em prisão preventiva.
Segundo a acusação, o alegado abusador conheceu a menor, em abril de 2022, quando esta começou a ter aulas de artes marciais num ginásio perto de sua casa. Cerca de duas semanas mais tarde, o suspeito, que sabia que esta tinha apenas 12 anos, começou a enviar-lhe mensagens para as redes sociais, ganhando a confiança da rapariga.
Numa primeira abordagem, em maio, o arguido tentou que a menina entrasse no seu carro, ao que esta recusou. Dias mais tarde, numa nova investida, o detido convidou a menor para ir com ele a um alojamento local onde trabalhava, ao que esta anuiu. No escritório da unidade turística, após alguma conversa, "abraçou-a, acariciou-a e apalpou-a com ambas as mãos no rabo, e deu-lhe vários beijos na boca", descreve o MP.
Passado algum tempo, o suspeito voltou a marcar novo encontro, após as aulas de jiu-jitsu, levando a menor de carro para um pinhal junto ao aeródromo de Viseu. Neste local, acabaria por a beijar e apalpar. O alegado abusador tratava a rapariga por "princesa, gata, gatinha", dizia-lhe que "gostava dela, que a amava", levando a que esta se "apaixonasse por si". A vítima foi também avisada de que "a relação que estavam a estabelecer era perigosa, por causa da idade dela, pelo que a advertiu e solicitou para que apagasse as mensagens trocadas entre ambos", avança o MP.
O professor auxiliar e empresário foi mantendo o contacto com a vítima até que a convidou para ir a uma garagem do seu irmão, onde acabou por abusar sexualmente dela. "A menor, que nunca havia mantido relações sexuais com ninguém, sentiu dor na penetração, tendo pedido ao arguido para parar, ao que aquele anuiu, retirando o seu pénis do interior da vagina da criança", avança a acusação.
Para além dos encontros físicos e de trocarem mensagens, o adulto e a menor falavam através de videochamada. A dada altura, refere a acusação, o suspeito chegou a pedir à menina "para se despir em frente à câmara do telemóvel e ficar só de cuecas, o que esta recusou.
Os abusos culminaram quando a mãe da vítima, no final de maio do ano passado, apanhou as mensagens enviadas pelo arguido, que acabou detido um mês depois pela Polícia Judiciária de Coimbra.
O homem é casado e tem dois filhos.