Prometeu ressarcir imigrantes roubados com violência, mas tribunal nega-lhe liberdade
Acusado de integrar um trio que roubou com violência um casal de imigrantes brasileiros em Barcelos, o arguido Ricardo Monteiro manifestou arrependimento e, com a promessa de ressarcir as vítimas, pediu para sair de prisão preventiva, mas o Tribunal da Relação de Guimarães rejeitou-lhe agora o pedido.
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“Estando o arguido acusado de dois crimes de roubo qualificado, a verificar-se o efetivo ressarcimento dos danos sofridos pelos ofendidos, tal não seria, só por si, suscetível de enfraquecer os indícios sobre a necessidade de manutenção da medida de coação de prisão preventiva”, respondem os juízes desembargadores.
A acusação diz que, em setembro de 2024, o arguido dirigiu-se à porta do condutor de um automóvel, onde se encontrava um dos ofendidos, enquanto outro cúmplice foi para a porta dianteira direita, onde estava a mulher, tentando abri-las.
Em pânico, a vítima trancou as portas do automóvel, o que impossibilitou a sua abertura. Os atacantes eram três (estão dois em prisão preventiva) e rodearam o carro, recolheram pedras e um pau, que usaram para partir os vidros laterais, dianteiro e traseiro.
Um dos atacantes entrou no veículo e desferiu murros na cara e cabeça do condutor, enquanto o outro fazia o mesmo através da janela. “Apesar dos gritos desesperados dos ofendidos e das súplicas para que os deixassem, os arguidos gritaram: ‘Dá-me tudo o que tens!’”.
Roubaram um telemóvel avaliado em 579 euros, uma carteira em pele que valia 25 euros e continha o um título de residência, uma carta de condução brasileira e dois cartões bancários. Levaram ainda um telemóvel que valia 1300 euros.
Já com os bens na sua posse, dois dos arguidos continuaram a atingir o ofendido com murros, até que este, porque os agressores já não tentavam abrir a porta, conseguiu pôr o veículo em funcionamento e fugir.