O oficial da PSP que foi responsável pelo departamento onde estavam armazenadas 57 armas desaparecidas em janeiro de 2017 vai ser esta quarta-feira exonerado de oficial de ligação do Ministério da Administração Interna na Guiné-Bissau.
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A informação foi avançada pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, aos deputados da comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias, onde foi ouvido, a pedido do PSD, sobre o desaparecimento de 57 pistolas Glock da sede nacional da PSP, em Lisboa, no final de janeiro de 2017.
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Na sequência dos processos disciplinares abertos pela PSP a este caso foi determinado, em março de 2017, a cessação da comissão de serviço do ex-diretor do Departamento de Apoio Geral da direção Nacional da PSP, enquanto oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau.
O superintendente da PSP Paulo Jorge Gonçalves Sampaio tinha sido nomeado cerca de um mês antes, como oficial de ligação do ministério na Guiné-Bissau.
Este oficial recorreu à justiça e só agora há decisão do Supremo Tribunal Administrativo.
"Fomos notificados ontem de decisão do Supremo Tribunal Administrativo de dia 15 deste mês que nega provimento à pretensão formulada por essa oficial. Por isso irei ainda hoje propor ao ministro dos Negócios Estrangeiros a cessação da comissão de serviço como oficial de ligação na Guiné-Bissau desse oficial", afirmou o ministro.
Em relação aos restantes polícias que trabalhavam neste departamento, Eduardo Cabrita adiantou que os dois primeiros agentes alvo de ação disciplinar estiveram suspensos de funções durante 180 dias, tendo já retomado ao serviço em outra área da PSP onde exercem a atividade desarmados.
Estes dois agentes, responsáveis pela manutenção da segurança do depósito das armas, estiveram suspensos pelo período máximo que a lei determina, aguardando agora o processo criminal que está a decorrer.
Sobre os outros dois oficiais da PSP, incluindo o oficial de ligação do MAI na Guiné-Bissau, e um chefe, o ministro referiu que foi determinada "a suspensão do processo disciplinar em função da evolução do processo-crime e da correlação evidente".
"Mas nenhum desses três elementos exerce hoje funções na direção de serviços que tem responsabilidades pelo provisionamento de armamento. Foi determinado que deixassem de exercer funções na área de direção de apoio geral", sustentou.
O governante garantiu também que "nenhum dos procedimentos relativamente aos cinco elementos da PSP, dois oficiais, um chefe e dois agentes, está concluído".
O caso remonta a janeiro de 2017, quando foi detetado o desaparecimento, do armeiro da sede da Polícia de Segurança Pública (PSP), de 57 pistolas Glock após a apreensão de uma arma de fogo da polícia durante uma operação policial que decorreu no Porto.