Ministério Público acusou agente a PSP de homicídio simples por entender que houve excesso. Faca detetada dois minutos após retirada do corpo não tinha vestígios da vítima.
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A intenção não seria matar Odair Moniz, mas afastá-lo e imobilizá-lo, porque este estava a resistir a uma detenção. Porém, os dois tiros, disparados à queima-roupa pelo agente da PSP, na madrugada de 21 de outubro do ano passado, na Cova da Moura, Amadora, acabaram por matar a vítima, que fugira das autoridades por conduzir com uma taxa de alcoolemia de 1,98 g/l.
Por estes factos, o polícia, com 29 anos, da esquadra da Damaia, foi acusado de homicídio simples pelo Ministério Público (MP), que, na acusação ontem deduzida, sublinha ter sido encontrada uma faca no local. Mas o punhal, detetado dois minutos depois do corpo da vítima ter sido retirado, não tinha vestígios de pele de Odair, nem matéria biológica suficiente para traçar um perfil de ADN. Na descrição do circunstancialismo que levou à morte da vítima, nunca o MP diz que Moniz usou uma arma branca para agredir ou ameaçar os polícias que o tentavam prender.