Quatro jovens, de idades entre 18 e 23 anos e integrantes de um grupo violento autodenominado "Tchubas", começam a ser julgados, esta sexta-feira, no Tribunal de Beja, por crimes de furto qualificado, em estabelecimentos de empresários indianos. Estão ainda indiciados de um crime de violência após subtração.
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Os factos ocorreram na madrugada de 22 de junho de 2022, pelas 5 horas, em dois estabelecimentos no Centro Histórico de Beja, um frente ao Museu Rainha Dona Leonor e o outro na Praça da República, a cerca de 200 metros um do outro.
No primeiro dos estabelecimentos, o “Super Doner Kebab”, rebentaram a porta e retiraram da caixa registadora 760 euros em notas e moedas, um telemóvel Iphone, um terminal de multibanco e o cartão e ainda latas de refrigerantes.
De seguida, andaram duas centenas de metros, voltaram a arrombar a porta do outro estabelecimento, o “Mercado da Alimentação”, mas foram surpreendidos pelos proprietários, acabando por os empurrar e fugir, levando consigo uma embalagem de refrigerantes e chocolates.
No decurso do inquérito, a um dos arguidos foi apreendida uma nota falsa de 20 euros. O mesmo justificou a sua posse dizendo que fazia parte do dinheiro furtado da registadora do “Super Doner Kebab”. A PSP não identificou quem teria passado a nota falsa, tendo a procuradora do Ministério Público (MP) de Beja mandado arquivar esta parte dos autos.
A dedução da acusação pelos dois crimes de furto qualificado poderia levar à aplicação de uma pena superior a cinco anos de prisão, o que motivaria o julgamento por um coletivo de juízes. No entanto, a procuradora decidiu mandar julgar o quarteto por um tribunal singular, tendo em conta que, face à idade dos arguidos, lhes pode vir a ser aplicado o regime penal aplicável a jovens delinquentes, evitando uma pena superior a cinco anos de prisão.
Os "Tchubas" são um grupo violento, constituído por cerca de dezena e meia de jovens, que há cerca de três anos causa desacatos em Beja. Quatro membros cumprem já penas de prisão, por tentativas de homicídio com recurso a armas brancas. No passado dia 17 de outubro, outro dos membros, de 19 anos, ficou em prisão preventiva, indiciado do mesmo tipo de crime, mas com recurso a arma de fogo.
No início do próximo ano, oito integrantes do grupo também vão ser julgados por crimes de ofensa à integridade física qualificada.