Um recluso do Estabelecimento Prisional de Alcoentre regressou de uma saída precária com estupefacientes no organismo. Mais de uma semana depois, queixou-se de problemas intestinais. Passou por três hospitais e retiraram-lhe quase meio quilo de haxixe em bolotas.
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O homem, de 38 anos, terá regressado de uma saída precária a 23 de agosto. Porém, apenas no dia 31 se queixou às autoridades prisionais. Disse que estava com prisão de ventre e dores intestinais. O recluso foi levado às urgências do Hospital de Santarém onde lhe detetaram vários corpos estranhos no organismo. Porém, como testara positivo à covid-19 teve de ser transferido para o Hospital de São José, em Lisboa. Foi sujeito a uma intervenção cirúrgica e depois logo transferido para o Hospital Curry Cabral, também em Lisboa.
Segundo apurou o JN, foram retiradas do seu organismo 38 bolotas de haxixe com um peso aproximado de 420 gramas. O recluso encontra-se "clinicamente bem e a recuperar", informou fonte oficial da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP).
Produto encaminhado para análises
A DGRSP não confirmou a quantidade de estupefacientes retirada do organismo do recluso mas adiantou que o produto "foi encaminhado para o laboratório da Polícia Judiciária" e "foram feitas as comunicações devidas ao tribunal", como decorre do legalmente previsto.
O organismo que supervisiona as prisões acrescentou que "no âmbito do trabalho quotidiano de prevenção e combate à entrada e circulação de produtos e bens ilícitos em contexto prisional, suspeitou que um recluso, no momento do regresso de saída jurisdicional, poderia estar a tentar introduzir no Estabelecimento Prisional de Alcoentre produtos ilícitos que trazia dissimulados no seu organismo".
Foi então conduzido a um hospital e sujeito a exames radiológicos que confirmaram a suspeita, "tendo havido necessidade clínica de intervenção cirúrgica para extração de produtos que se presumem estupefacientes".