Uma rede internacional de fraude fiscal que simulava negócios de equipamentos eletrónicos, como telemóveis, e que tinha tentáculos em Portugal, foi desmantelada pelas autoridades europeias. Em território nacional, a GNR apreendeu cinco carros topo de gama e constituiu como arguido um casal e uma empresa do Grande Porto.
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Foi através da Unidade de Ação Fiscal (UAF) da GNR, que as autoridades portuguesas participaram na Operação "MARENGO ROSSO", dirigida pela Procuradoria Europeia (EPPO). O objetivo era acabar com um esquema milionário que se baseava "em circuitos de faturação fictícios e simulação de negócios, concretizada na evasão e fraude ao IVA na comercialização de equipamentos eletrónicos em valores que superam os 25 milhões de euros", explica a GNR.
O estado mais lesado foi o Espanhol e a nível europeu foram realizadas 39 buscas e detidas 17 pessoas em simultâneo na República Checa, Hungria, Itália, Luxemburgo, Portugal, Polónia, Eslováquia e Espanha.
De acordo com a investigação, o esquema fraudulento envolveu a utilização de empresas de fachada em diferentes países, através das quais eram supostamente comercializados telemóveis, tablets, computadores e outros equipamentos eletrónicos. A rede usava faturas fictícias para não pagar IVA e até pedir reembolsos indevidos do mesmo imposto.
Os suspeitos vendiam, a preços muito competitivos, os equipamentos através de mercados online em vários países.
"No âmbito das diligências realizadas em Portugal foram ainda constituídas arguidas duas pessoas singulares, de 46 e 42 anos, e uma pessoa coletiva a operar em território nacional, encontrando-se indiciadas da prática de factos suscetíveis de consubstanciar crimes de fraude fiscal qualificada, associação criminosa e branqueamento de capitais", precisa a GNR.