A investigação sobre os confrontos entre timorenses, na madrugada de 2 de junho, em Fátima, já tem 15 arguidos, dois dos quais foram detidos na quinta-feira, mas nenhum deles está indiciado do homicídio que resultou da violência.
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A Polícia Judiciária prossegue a investigação para tentar apanhar o autor ou autores daquele homicídio, que vitimou um homem de 26 anos.
Os dois timorenses detidos e os 13 constituídos arguidos, todos de nacionalidade timorense, são suspeitos de participação em rixa e posse de arma proibida, crimes de que resultaram, além da vítima mortal, três feridos graves e dois ligeiros. Estes cinco têm idades entre 22 e 27 anos.
Os dois detidos foram libertados sta sexta-feira, mas obrigados a apresentar-se, na GNR de Fátima, dia sim, dia não, informou ontem, ao JN, o diretor da PJ de Leiria. Já aos outros 13 arguidos foi aplicada como medida de coação o mero termo de identidade e residência (TIR).
Avelino Lima confirmou que a rixa, na madrugada do primeiro domingo deste mês, resultou da “rivalidade” entre dois grupos de timorenses de 20 a 30 anos. Em comunicado, a PJ estimou que tenha envolvido “dezenas de elementos, todos do sexo masculino, utilizando armas brancas, barras de ferro, bastões e outros instrumentos de agressão”.
“As animosidades grupais não são aceitáveis no âmbito do direito português, e as nossas leis têm de prevalecer”, avisou Avelino Lima.
40 imigrantes ouvidos trabalham na zona
Na sequência da ação policial, “bastante musculada”, de quinta-feira, foram conduzidas às instalações da PJ de Leiria 40 timorenses, para serem ouvidos. Avelino Lima contou que não houve qualquer tipo de hostilidade em relação aos polícias que se deslocaram ao terreno. “A Operação Thémis [justiça] foi preparada com cuidado”, afirmou, revelando que a PJ recorreu a intérpretes para conseguir compreender aqueles imigrantes.
O crime de participação em rixa é punível com uma pena de prisão até dois anos, que Avelino Lima classifica como “leve”.
O dirigente da PJ disse ainda que todas as pessoas interrogadas pela força policial trabalham na região. “Por isso é que estão alojados em Fátima”, explicou.