A Associação Nacional de Sargentos de Guarda (ANSG) acusa o antigo comandante-geral da GNR, tenente-general Rui Clero, de não respeitar um despacho que criou. Segundo esta entidade, Clero acumulou férias de 2021 para 2022 e abandonou a Guarda sem gozar todos os dias a que tinha direito. Algo que nunca permitiu aos subordinados. A GNR garante que o oficial não recebeu qualquer verba pelos dias de férias não gozados.
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Rui Clero foi nomeado comandante-geral da GNR em julho de 2020 e, no início da comissão de serviço, assinou um despacho a obrigar os militares a usufruírem de todos os dias de férias no respetivo ano e a proibir que estes passassem à reserva com férias por gozar. A medida pretendeu, sobretudo, evitar que a GNR tivesse de pagar por dias de férias não desfrutados.
A ANSG acusa, agora, o tenente-general de não respeitar o despacho que assinou, ao ter acumulado, em 2022, férias do ano anterior e deixado a liderança da instituição sem gozar todos os dias de férias.
"A ANSG qualifica o antigo comandante da GNR, general Rui Clero, como o arauto da moralidade, merecedor das mais elogiosas referências, pois, pese embora o seu despacho, abdicou de cerca de 20 dias de férias não gozadas de 2021 e outros 20 dias de 2022, convertidos em cerca de dez mil euros", refere a associação.
Personagem low profile
Ao JN, sempre em tom irónico, a "ANSG advoga para o general Rui Clero o título de personagem low profile", lembrando que o oficial "se intitulava um general de consensos", mas, além "da sua capacidade de passar despercebido, não se conhecem os pontos que discutiu e, daí, fez convergir interesses".
O comando-geral da Guarda refere que o ex-comandante regressou ao Exército em 21 novembro de 2022 e, diz fonte oficial, "a GNR não recebeu qualquer requerimento, por parte do tenente-general Rui Clero, pelo que não foi processado qualquer montante para pagamento respeitante a férias não gozadas".