Apesar de acondicionados em papel químico, dissimulados em buracos feitos no interior de placas de tijoleira, importada em contentores do Brasil, a Polícia Judiciária do Porto conseguiu apreender 1110 quilos de cocaína a seis traficantes que foram detidos, na terça-feira, quando rececionavam o estupefaciente num armazém situado entre a Póvoa de Varzim e Vila do Conde. A droga chegou da América do Sul via marítima pelo Porto de Leixões, onde a Autoridade Tributária e Aduaneira usou um scanner de grandes dimensões, capaz de detetar produtos ilícitos sem abrir os contentores, para confirmar as suspeitas da carga estar "contaminada".
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O navio chegou a Portugal dia 8 de agosto e de acordo com Carlos Vicente, subdiretor da AT no Porto de Leixões "os critérios de risco que permitem avaliar as cargas que chegam através dos contentores levou a que este contentor fosse sujeito ao scanner".
Através dessa radiografia, os elementos da AT começaram a suspeitar da presença de droga na carga. A possível contaminação da carga, como se diz na gíria policial, foi logo comunicada à PJ do Porto.
"Logo após a comunicação da AT, passamos a monitorizar em permanência a carga e os suspeitos", explicou Avelino Lima, coordenador de investigação criminal da PJ do Porto.
A investigação permitiu estabelecer que a mercadoria era importada da América do Sul por uma empresa portuguesa, detida por um cidadão brasileiro.
As diligências e vigilâncias a que este indivíduo foi sujeito, 24 horas por dia, desde o passado dia 8 de agosto, permitiram identificar mais suspeitos. Outro cidadão de origem brasileira e quatro portugueses, alguns com registo criminal por ilícito que nada tem que ver com tráfico. Também os brasileiros têm passado criminal, mas que não envolvem droga ou crimes violentos. Têm idades compreendidas entre os 32 e os 48 anos e todos residem no Grande Porto.
Na terça, depois de a carga ter sido transportada de Leixões para o armazém situado a norte do Porto, os inspetores da PJ apanharam os seis indivíduos, em flagrante, na posse de 1100 quilos de cocaína. Foram apreendidos três carros, dinheiro em euros, dólares e reais do Brasil.
O grupo foi levado ao Tribunal de Matosinhos, mas os interrogatórios ainda não terminaram.